Como está na moda discutir em blogs como os cães devem ser conduzidos na rua, lembrei de contar como foi que aprendi a andar com a Shiva pelo bairro. Quando me mudei para Brasília, Shiva já tinha 1 ano, metade dele passou sendo adestrada pelos Bombeiros. Ah, que lindo! Logo, recebi as 1255 instruções de como deveria conduzi-la: segurar a guia sempre com a mão esquerda; dizer "junto" para que ela caminhasse junto a mim, enquanto puxava de leve a coleira para o meu lado; puxar a coleira para cima e dizer "não" caso ela queira apanhar algum objeto do chão; parar 2 passos antes de descer da calçada, esperar ela assentar e dizer "junto" quando for atravessar, etc, etc, etc. Meu marido deu duas voltas com ela pelo quintal enquanto me explicava e ela obedecia como um anjo, parecia mesmo fácil.
Saímos sozinhas para nossa primeira caminhada juntas. Seguimos bem até a primeira esquina. Mas eis que um gato sai correndo do meio das plantas e atravessa a calçada e a rua em desabalada carreira... "junto" e "não" não foram suficientes para conter a curiosa Shiva, que colocava todos os seus 36Kg a serviço de me arrastar pela calçada. Consegui dar a volta num poste e parar a cadela. Nem comento o estado que minhas mãos ficaram com a "queimada" da guia de nailon. Contei até 25, respirei até o coração parar de pular pela boca e segui. Mais 200 metros de paz, até que sacos de lixo pretos, colocados no canto da calçada, deixaram Shiva apavorada e ela travou: não seguia adiante e nem voltava atrás. Alguns minutos de impasse, carinhos na cabeça e voz mansa, consegui fazer com que ela atravessasse a rua e seguimos pelo outro lado. Demos a volta no quarteirão, onde 50 crianças saíam da escola! Shiva fez festa para cada uma delas, abanando o rabo, distribuindo lambidas generosas e babando em todo mundo.
Seguimos mais tranquilas, ela olhando para mim de vez em quando com "aquela" cara de besta, satisfeita da vida e eu falando com ela, certamente sendo apontada na rua como uma maluca que conversa com cães. Estava apreciando o passeio, pensando comigo: "até que estamos bem, é só o primeiro dia, mais uma semana e estou craque" quando do outro lado da rua, em sentido contrário, surge outra moça, com um labrador preto, com a mesma idade da Shiva. Os cães se olharam, começaram a abanar os rabos freneticamente e partiram em desabalada carreira em direção um do outro. Eu e a pobre moça éramos arrastadas para o meio da rua, que graças à Deus era sem saída e não tinha movimento, sem que nossos esforços servissem para conter as duas criaturas curiosas que estavam nas guias nas nossas mãos esquerdas. Shiva e seu novo amigo se cheiraram, deram voltas e voltas, de modo que as guias ficaram bem emaranhadas, enquanto eu e a moça trocávamos olhares de compreensão e ríamos do ridículo da situação. "-Ela tem que idade?", "-Um ano"- respondi. "-É adestrada?", "-Sim, pelos bombeiros!". Algumas gargalhadas depois, seguimos para nossas casas.
Nem por isso desisti de caminhar com minha cadela maluca. Saí com a Shiva por quase 1 ano, por vezes sozinha, por vezes com meu marido nos acompanhando. Aos pouco ela foi se habituando comigo e passou a obedecer alguns comandos. Levou tempo, paciência - e muito creme nas mãos.
Saímos sozinhas para nossa primeira caminhada juntas. Seguimos bem até a primeira esquina. Mas eis que um gato sai correndo do meio das plantas e atravessa a calçada e a rua em desabalada carreira... "junto" e "não" não foram suficientes para conter a curiosa Shiva, que colocava todos os seus 36Kg a serviço de me arrastar pela calçada. Consegui dar a volta num poste e parar a cadela. Nem comento o estado que minhas mãos ficaram com a "queimada" da guia de nailon. Contei até 25, respirei até o coração parar de pular pela boca e segui. Mais 200 metros de paz, até que sacos de lixo pretos, colocados no canto da calçada, deixaram Shiva apavorada e ela travou: não seguia adiante e nem voltava atrás. Alguns minutos de impasse, carinhos na cabeça e voz mansa, consegui fazer com que ela atravessasse a rua e seguimos pelo outro lado. Demos a volta no quarteirão, onde 50 crianças saíam da escola! Shiva fez festa para cada uma delas, abanando o rabo, distribuindo lambidas generosas e babando em todo mundo.
Seguimos mais tranquilas, ela olhando para mim de vez em quando com "aquela" cara de besta, satisfeita da vida e eu falando com ela, certamente sendo apontada na rua como uma maluca que conversa com cães. Estava apreciando o passeio, pensando comigo: "até que estamos bem, é só o primeiro dia, mais uma semana e estou craque" quando do outro lado da rua, em sentido contrário, surge outra moça, com um labrador preto, com a mesma idade da Shiva. Os cães se olharam, começaram a abanar os rabos freneticamente e partiram em desabalada carreira em direção um do outro. Eu e a pobre moça éramos arrastadas para o meio da rua, que graças à Deus era sem saída e não tinha movimento, sem que nossos esforços servissem para conter as duas criaturas curiosas que estavam nas guias nas nossas mãos esquerdas. Shiva e seu novo amigo se cheiraram, deram voltas e voltas, de modo que as guias ficaram bem emaranhadas, enquanto eu e a moça trocávamos olhares de compreensão e ríamos do ridículo da situação. "-Ela tem que idade?", "-Um ano"- respondi. "-É adestrada?", "-Sim, pelos bombeiros!". Algumas gargalhadas depois, seguimos para nossas casas.
Nem por isso desisti de caminhar com minha cadela maluca. Saí com a Shiva por quase 1 ano, por vezes sozinha, por vezes com meu marido nos acompanhando. Aos pouco ela foi se habituando comigo e passou a obedecer alguns comandos. Levou tempo, paciência - e muito creme nas mãos.
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