terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Bem vindo, 2009!
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Papai Noel solidário
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
ano novo, roupa nova
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
vídeo ótimo
sábado, 6 de dezembro de 2008
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
ajuda em Santa Catarina - atualização
Se contribuiu, veja como estão usando sua doação. Várias entidades se reuniram e estão atuando de maneira coordenada. Divulgue e repasse informações confiáveis, para que os recursos não sejam pulverizados - e o movimento de quem está ajudando a salvar os animais não fique desacreditado.
Fazer circular informações de maneira responsável é também uma boa forma de ajudar!
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
quer ajudar Santa Catarina? Saiba como!
"Ajudar os animais vítimas da chuva é também uma questão de saúde pública. Seus dejetos e até mesmo seus corpos mortos podem transmitir doenças, já que a água carrega a contaminação de uma maneira bastante eficaz. Uma das doenças mais comuns em épocas de chuva é a leptospirose, ou 'doença do xixi do rato'. Ela é transmitida pela urina de ratos que estejam infectados com a bactéria e acomete pessoas e cães da mesma maneira. Animais vacinados anualmente com a vacina polivalente têm poucas chances de contrair e, consequentemente transmitir a doença". (trecho da coluna "Mãe de Cachorro" publicada no jornal "Notícias do Dia", de Florianópolis. Leia a íntegra aqui)
Dito isso, segue aqui a lista do que estão precisando de mais urgente em Santa Catarina para socorrer os animais:
- Vacinas contra leptospirose e raiva, antibióticos, sarnicidas, anestésicos, seringas, agulhas...
- Máscaras e luvas descartáveis
- Ração para cães, gatos, aves, cavalos e bois
- Coleiras e correntes para cães
- Casas e caixas de transporte para cães e gatos
- Material de higiene e desinfecção de instalações e dos animais
- Cobertores e toalhas
- Potes para alimentação e água
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
adoção em São Paulo: Bibo
PS: fiquei doida por ele, pena que para trazer o Bibo para Brasília seria tão complicado, senão, Guido e Shiva corriam o sério risco de ganhar um irmãozinho...
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Focinhos em verso
Claudia Zippin Ferri
Ah, se as pessoas soubessem o que há por trás de um focinho,
Focinho úmido, geladinho,
Preto, marrom, desbotadinho,
Simples e lindos focinhos.
Ah, se as pessoas soubessem o valor de um focinho,
Focinho medroso ou metido,
Focinho manhoso, carinhoso,
Simples amigos focinhos.
Ah, se as pessoas tivessem ao menos um focinho,
Não sobre o próprio rosto,
Mas em carne, pelo e osso,
Fonte pura de carinhos.
Ah, se as pessoas protegessem os focinhos,
Focinhos que vivem sozinhos,
Amores desperdiçados; focinhos amargurados,
Focinhos pra todo lado.
Ah, se as pessoas conhecessem os focinhos,
Quanto amor, quanto carinho,
Anjos peludos, sem narizinhos.
Anjos fofos atrás de focinhos.
Ah, se eu pudesse ver todos os focinhos,
Amados e acolhidos,
Crianças da criação, anjos de bem querer,
Focinhos em plena evolução.
Ah, se as pessoas soubessem,
Quanto amor e dedicação,
Quanta vida, quanta paixão,
Quanto vale o amor de um cão.
Ah, se eu pudesse mostrar para todos, o valor de um focinho,
A gratuidade de um carinho,
O que existe de verdade,
Por trás de um simples focinho.
PS: Atenção para a autoria da poesia... não é minha!!! E consegui decifrar de quem era no blog Autor Desconhecido.
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Marley e eu
PS: Não é merchandising, ok?
PS2: Cadê o trailer que estava aqui? Parece que o link saiu do ar... :(
terça-feira, 11 de novembro de 2008
adoção para dois cães
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
delícia de filhotes
terça-feira, 28 de outubro de 2008
dia sagrado dos cães
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
conduzindo Miss Shiva
Saímos sozinhas para nossa primeira caminhada juntas. Seguimos bem até a primeira esquina. Mas eis que um gato sai correndo do meio das plantas e atravessa a calçada e a rua em desabalada carreira... "junto" e "não" não foram suficientes para conter a curiosa Shiva, que colocava todos os seus 36Kg a serviço de me arrastar pela calçada. Consegui dar a volta num poste e parar a cadela. Nem comento o estado que minhas mãos ficaram com a "queimada" da guia de nailon. Contei até 25, respirei até o coração parar de pular pela boca e segui. Mais 200 metros de paz, até que sacos de lixo pretos, colocados no canto da calçada, deixaram Shiva apavorada e ela travou: não seguia adiante e nem voltava atrás. Alguns minutos de impasse, carinhos na cabeça e voz mansa, consegui fazer com que ela atravessasse a rua e seguimos pelo outro lado. Demos a volta no quarteirão, onde 50 crianças saíam da escola! Shiva fez festa para cada uma delas, abanando o rabo, distribuindo lambidas generosas e babando em todo mundo.
Seguimos mais tranquilas, ela olhando para mim de vez em quando com "aquela" cara de besta, satisfeita da vida e eu falando com ela, certamente sendo apontada na rua como uma maluca que conversa com cães. Estava apreciando o passeio, pensando comigo: "até que estamos bem, é só o primeiro dia, mais uma semana e estou craque" quando do outro lado da rua, em sentido contrário, surge outra moça, com um labrador preto, com a mesma idade da Shiva. Os cães se olharam, começaram a abanar os rabos freneticamente e partiram em desabalada carreira em direção um do outro. Eu e a pobre moça éramos arrastadas para o meio da rua, que graças à Deus era sem saída e não tinha movimento, sem que nossos esforços servissem para conter as duas criaturas curiosas que estavam nas guias nas nossas mãos esquerdas. Shiva e seu novo amigo se cheiraram, deram voltas e voltas, de modo que as guias ficaram bem emaranhadas, enquanto eu e a moça trocávamos olhares de compreensão e ríamos do ridículo da situação. "-Ela tem que idade?", "-Um ano"- respondi. "-É adestrada?", "-Sim, pelos bombeiros!". Algumas gargalhadas depois, seguimos para nossas casas.
Nem por isso desisti de caminhar com minha cadela maluca. Saí com a Shiva por quase 1 ano, por vezes sozinha, por vezes com meu marido nos acompanhando. Aos pouco ela foi se habituando comigo e passou a obedecer alguns comandos. Levou tempo, paciência - e muito creme nas mãos.
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
e o prêmio vai para....
Quando um dos tratadores veio nos entregar as figuras e todas as tralhas (caminha, panela, ração, brinquedos, etc), perguntei se deram muito trabalho, afinal, foram 15 dias longe de casa. "Nada, eles são bonzinhos demais, são os mais comportados que estiveram aqui". Surpresa, eu comecei a rir. E ele completou: "É sério, tinha uma outra labradora que comeu a panela, a caminha e a coberta do cachorro vizinho... Os seus não choraram, não ficaram sem comer, brincavam, dormiam, ficaram numa boa". Fiquei até com medo de que eles quisessem continuar lá... Mas nos despedimos dos tratadores e os dois se aboletaram nos bancos do carro e viemos direto para casa! E olhando o post seguinte fica difícil acreditar, né? Pois é, acho que era assim que nossas mães ficavam quando as tias elogiavam nosso comportamento nas casas de nossos amiguinhos...
terça-feira, 30 de setembro de 2008
jardinagem canina
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
um exemplo de cidadania
E na sua cidade, já acontece algo semelhante? Aproveite essa temporada de eleições para conhecer as propostas dos candidatos sobre esse assunto... Mater-se informado é uma boa maneira de exercer a cidadania!
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
novidades: uma é boa, já a outra...
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
nome não é mera coincidência
terça-feira, 2 de setembro de 2008
Prêmio Dardos
Fiquei curiosa e fui procurar a origem do Prêmio. Não achei, nem na Wikipédia. Mas encontrei muitos blogs legais via Google procurando pelo Prêmio Dardos. Ele tem algumas regrinhas:
Segue minha listinha, ainda incompleta:
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
o primeiro cocker - capítulo 1
terça-feira, 26 de agosto de 2008
Marley tupiniquim
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
ah, o amor!
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
ajudem um coração de pudim
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
segurança
quarta-feira, 30 de julho de 2008
tão lindos!!!
quarta-feira, 23 de julho de 2008
cadela salva recém-nascido
Foto: Ademar de Oliveira /Gazeta Montense
sábado, 19 de julho de 2008
semelhanças entre cães e gatos
Pra quem quer ver mais episódios, tem o post cortesia de amiga logo abaixo e mais no Youtube.
sexta-feira, 18 de julho de 2008
enfrentando os mitos
Pensando nisso, achei interessante colocar aqui o link para uma matéria bem esclarecedora publicada no "itodas". Espero que ajude os donos a se informarem melhor sobre o que é verdade e mentira quando falamos de castração, um assunto que é tabu entre os humanos há séculos.
quarta-feira, 16 de julho de 2008
posando para fotos
Ah! Reparem no piso: será que eles estavam empoeirados antes do banho?
sexta-feira, 11 de julho de 2008
cortesia de amiga
segunda-feira, 7 de julho de 2008
leite?
quinta-feira, 26 de junho de 2008
três é demais
Os cachorros enlouqueceram. Brigavam muito, arrancavam as plantas, não aceitavam a casinha nova. Afinal, eram dois machos e uma fêmea num espaço pequeno. Nessa época, nenhum veterinário orientava a castração, que talvez tivesse solucionado boa parte dos nossos problemas... Foram 6 meses de caos. A solução não foi nada pacífica: doar Horácio e Mug, ficaríamos só com a Cinira. Muitas lágrimas e discussões depois, começamos a seleção dos futuros donos. Escolhemos a dedo. Fomos visitar as novas casas e conhecer as pessoas, levamos os cães pela coleira, mais de dois meses nessa função. Novos donos escolhidos, nos despedimos e fomos entregar os bichinhos. Me lembro de chorar por vários dias, abraçada à Cinira, no quintal onde a paz estava estabelecida. Fomos com minha mãe visitar Horácio e Mug muitas vezes depois, e só assim ficamos convencidos de que foi mesmo uma boa providência. Eles reinavam sozinhos, Mug tinha até uma poltrona na sala só para ele, onde dormia e via televisão. Eram casas com crianças que brincavam com eles boa parte do dia. Estavam bem tratados, adaptados, e os novos donos felizes.
Cinira reinava sozinha lá em casa. Ganhou canil e casinha novos. Aliás, esse foi um episódio engraçado. Para fazer o canil, medimos a cabeça dela, de modo que ela não pudesse sair por entre as grades. Encomendamos, instalamos e lá foi Cinira, passava parte do dia presa no canil. Claro que não gostou. Ficou sem comer na hora do almoço por duas semanas. Levamos ao veterinário, que disse que ela estava ótima do ponto de vista clínico, sugeriu que passeássemos com ela. Não deu certo. Cinira não queria ver a cor da rua. Colocar-lhe a coleira era um parto; sair pelo portão, quase impossível. Parecia uma mula empacada! Numa manhã comum, estávamos de saída para a escola e a danada toda feliz, passeando pelo quintal... ué, não deveria estar presa? Deveria. Mas ela aprendeu a passar a cabeçona de lado por entre as grades e, como estava comendo só a metade da ração, perdeu peso e consegiu atravessar as grades!!! Rimos muito e decidimos manter a porta do canil sempre aberta, deixando-a presa só em dias de festa, pois ela era muito brava com pessoas que não conhecia.
Acreditam que Cinira não ficou muito tempo sozinha? Mas esse é um assunto para outro post.
terça-feira, 17 de junho de 2008
um final feliz
Quer um cachorrinho também? Há vários sites, aqui mesmo no blog, que disponibilizam animais para adoção. Visite e dê uma nova chance à eles. Não estão tão famosos quanto o Bob, mas são igualmente lindos e amorosos.
Beatriz e Costelinha
E para aqueles que ainda acham estranho adotar um cachorro adulto, lembrem de como encontrei o Guido, essa doçura de cão que enche minha vida de alegria.
segunda-feira, 16 de junho de 2008
visitando Chicó
Estive visitando o Chicó, o adorável cão que vive com meus pais e minha irmã. Ele é um pouco ansioso, mas é lindinho demais! A história dele virá em breve. Foi por estar paparicando Chicó e resolvendo outras mil coisas que o blog ficou sem atualização esses últimos dias, mas agora estou de volta e as notícias serão publicadas, ok?
quarta-feira, 28 de maio de 2008
verão e inverno
O Guido "verão" cede lugar ao Guido "inverno". O único inconveniente é que a versão "inverno" de-tes-ta ser escovado, o que me rende corridas e ginástica extras. E olha a cara de satisfeito dele...
sexta-feira, 23 de maio de 2008
sexta-feira, 16 de maio de 2008
Romeu, Julieta e a terapia
sexta-feira, 9 de maio de 2008
labrador adota leões!!!
quinta-feira, 8 de maio de 2008
terça-feira, 6 de maio de 2008
sexta-feira, 2 de maio de 2008
campanha
sexta-feira, 25 de abril de 2008
a fuga
Uma semana mais tarde, cheguei da escola e o clima em casa estava diferente. Nossa auxiliar doméstica estava eufórica. "Venha ver!" - e fomos até o quintal. Lá estava a Cinira, imunda, mais magra, com um pedaço de corda arrebentada amarrado ao pescoço. Abanava o rabo, enquanto bebia uma panela inteira de água. Perguntei como ela havia sido encontrada, e a moça respondeu: "Não sei, fui varrer a calçada e ela estava deitada na frente do portão. Acho que encontrou o caminho de volta sozinha." Tirei a corda de seu pescoço, e fiquei abraçadinha com a Cinira por um bom tempo. Quando minha mãe chegou, demos um banho na fujona, e nesse dia ela dormiu dentro de casa, para observarmos se estava tudo bem. A julgar pelo monte de porcarias que vomitou antes do banho, foi um milagre não ter tido nenhuma complicação. Minha vira-lata amarela estava de volta, sã e salva, depois de uma semana de aventuras! E deste dia em diante, nunca mais ela quis passear na rua. Colocar-lhe uma coleira virou uma tarefa complexa, e ela só permitia se fosse eu a tentar. Mesmo assim, eram muitas tentativas antes de conseguir. De outras vezes em que o portão foi deixado aberto, ela jamais se aproximou, e da rua manteve distância sempre que pôde. Nunca soube onde ela esteve nem quem lhe colocou aquela corda no pescoço. Só sei que ela voltou bem, e isso me deixou muito tranquila e feliz.
sexta-feira, 18 de abril de 2008
irritando a Shiva
PS: este post ficou sem foto do Guido, porque as que tirei estão impublicáveis...
segunda-feira, 7 de abril de 2008
o brinquedo
segunda-feira, 31 de março de 2008
você cria mosquitos?
segunda-feira, 24 de março de 2008
cães na páscoa
segunda-feira, 17 de março de 2008
trio vira-lata
A dupla se dava bem, não era de brigas, gostava de carinho e de brincar. Como qualquer cachorro, faziam xixi nos cantinhos, e a área interna da casa era proibida para eles. "Lugar de cachorro é no quintal" passou a ser um mantra. Era difícil para nós, as crianças, nos acostumarmos com isso, afinal, a Pupu vivia dentro de casa... mas, as coisas mudam, e uma vantagem de ser criança é a infinita capacidade de adaptação.
A dupla já estava conosco havia uns três meses, quando uma Tia me levou para conhecer a cadelinha pequinês que ela já tinha encomendado para mim. Quando voltei para casa com a Cinira no colo, dormindo a sono solto, já estava de noitinha, e ninguém botou muito reparo nela. A fofura dormiu numa caixinha, dentro de casa, ainda isolada dos outros cães, até que as vacinas estivessem todas providenciadas.
A apresentação da Cinira aos demais cães da casa não demorou muito, talvez um mês. Ela passou a dormir lá fora com eles, e logo ocupou o melhor lugar na casinha, que tinha duas portas, deixando Horácio e Mug dividindo uma delas. Algumas rusgas começaram a acontecer, o que nos assutava, afinal nunca tínhamos visto uma briga de cachorros na vida! Numa dessas, fui acudir o Mug, que era menor, mas a briga ainda não tinha terminado de vez. Quando coloquei a mão nele, o Horácio se virou para continuar a confusão, e acabou acertando uma mordida na minha mão. Não sei quem se assutou mais, eu ou ele. O coitado ficou quase uma semana de rabinho baixo, visivelmente arrependido. E eu, fui tomar uma anti-rábica básica no pronto socorro, e ganhei de brinde uma anti-tetânica! Lembro de ficar uns 3 dias sem assentar... Nem esse incidente me fez ter medo de cachorro. Mal voltei para casa e já estava no quintal de novo, com eles. Depois de estabelecida a hierarquia - Cinira era a líder - a paz reinava quase sempre. E assim, tínhamos nossa própria matilha!
terça-feira, 11 de março de 2008
Pepita
Pupu dormia dentro de casa. Na cama dos meus pais. Foi a primeira - e única - a ter tal privilégio. Desde que me lembro de alguma coisa da infância, Pepita estava junto. Brincando no quintal, se escondendo das brincadeiras estabanadas debaixo dos móveis. Latia muito pouco, corria comigo pela casa, adorava colo e afagos. Estava sempre cheirosa de sabonete, e seus pêlos pretos brilhavam de um jeito que não é muito comum ver por aí. Ela tinha suas rotinas, e liberdade total para circular pela casa. Nunca se incomodou com o alvoroço de crianças aos finais de semana e férias. As primas e vizinhos estavam sempre por lá, e ela parecia até gostar da confusão. Convivia bem com o cão Boxer que ficava no quintal, o Miró. Às vezes, preferia ir dormir na casinha dele.
Pouco tempo depois mudamos de casa outra vez. A casa nova tinha um quintal enorme, ao menos para mim, que tinha 6 anos. Pepita passou a dormir lá fora, pois as crises de rinite de meu pai não deixavam mais nem a cadela dormir. Ela ganhou uma casinha, choramingou uns 3 dias, mas acabou se acostumando. Principalmente porque descobriu a poltrona macia na varanda... Pepita era uma cadela especial, de várias maneiras. Ela tinha epilepsia, tomava um remédio diariamente e às vezes, tínhamos que acudir em alguma crise. O procedimento era deitá-la e colocar as mãos sobre sua barriguinha, afagando devagar. Enquanto isso, mamãe lhe colocava um lenço com vinagre no focinho, e logo ela se recuperava.
Nessa nova vizinhança, Pepita se acostumou a passar por entre as grades do portão e deitar-se no passeio na porta de casa, para pegar o sol da tarde. Andava às vezes até a esquina, mas nem atravessava a rua, pois já tinha seus 9 anos, e se cansava facilmente. Alguns pêlos brancos começavam a chamar a atenção em sua pelagem preta. Já estava velhinha. Novo quintal, novo cão. Meu pai trouxe um belo filhote de pastor alemão capa preta, dócil e brincalhão. Lipe reinava no quintal, e Pepita fugia de suas bricadeiras. Ele crescia rápido, e tinha muita energia. Ela não tinha mais a mesma disposição, e por vezes, se impacientava e lhe dava umas mordidas. Ele nem se importava e continuava brincando. Estabeleceu-se uma "divisão de território" imposta por meus pais: Lipe ficava com o quintal e Pepita com a varanda e sua poltrona.
A vida seguia seu curso: eu entrei na escola primária do bairro, minha irmã no jardim de infância. Os primos e vizinhos continuavam frequentando assiduamente nossa casa, que tinha mais espaço para as brincadeiras. Um dia acordamos e... cadê Pepita? Procura daqui, dali, nos cantinhos onde ela ficava, e nada. Fomos para a rua e nada, nem sinal dela. Chamamos os amigos e vizinhos, ninguém a viu. Percorremos o bairro até a noite e nenhuma notícia. Das semanas seguintes, tenho lembranças em slow motion. Cartazes em todas as padarias, vendas, bares e salões de beleza do bairro. Anúncios (pagos) nos classificados do jornal. Telefonemas que se revelavam trotes. Minha mãe sem conseguir comer, mal conseguia falar. Só chorava. E assim foi um mês, depois outro e outro... Terminei o primeiro ano primário e mudei de escola. O Lipe foi doado à um conhecido do meu pai. Quando os últimos cartazes e anúncios foram retirados das redondezas, apareceu um garoto na porta de casa com um pequeno filhote, preto de luvas brancas, bem peludinho. Era macho. E foi meu primeiro cachorrinho. Na mesma semana, meu avô deu um outro filhote macho e peludo para minha irmã. E um tempo depois, próximo ao meu aniversário, uma tia me deu um filhote de pequinês, que eu só poderia buscar em 2 meses.
Ocupadas as crianças em cuidar de seus novos filhotes, minha mãe ainda chorou por muito tempo o sumiço da Pepita. Mas nos ensinava a cuidar dos novos cãezinhos, dois vira-latas fofos, e o quintal de casa voltou a ser território de correria e latidos. O outro filhote de pequinês que ganhei da tia? Ah, ainda vai aparecer muito por aqui...
*Nas décadas de 70 e 80, os cães pequineses eram uma "moda", ao menos em Belo Horizonte. Muita gente criava os cãezinhos pequenos e peludos, com fama de barulhentos e mal-humorados. Eram comuns os cruzamentos consanguíneos e o resultado era que muitos filhotes apresentavam doenças congênitas. A raça acabou sendo esquecida, e era raro encontrar alguém que tivesse um cachorrinho desses nos últimos anos da década de 80. Atualmente, parece haver um certo interesse dos criadores, mas nada que se compare ao modismo do Shi-tzu ou Lhasa-Apso, por exemplo.