sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Cinira na casa nova - os fogos

Aproveitando o tema que preocupa 10 entre 10 mães e pais de cachorros nas festas de fim de ano, achei melhor retomar as historinhas de meus pimpolhos por este viés. Divirtam-se!

Lucrécia e Cinira se adaptaram bem à casa nova. Tinham mais espaço, grama, plantinhas diferentes. Cinira tinha gatos para perseguir - e trucidar quando pegava. Lucrécia preferia perseguir as aves, mas não costumava obter sucesso. Com o passar do tempo, tanto os gatos da vizinhança quanto os pássaros ficaram mais espertos, aprenderam que ali não era mais um território seguro para passeios.

Num domingo qualquer, tivemos que administrar a primeira crise: os foguetes. Nossa casa tinha certa proximidade do Mineirão, o estádio de futebol de Belo Horizonte. E entre os vizinhos, apenas o da lateral esquerda (sem trocadilhos) era Atleticano. Todo os outros moradores da rua eram Cruzeirenses. Não precisa explicar muito para saber que nossa rua sempre tinha foguetório em dia de jogo. E também nos dias seguintes... Lucrécia parecia não se importar muito, mas Cinira ficava apavorada. Corria por todo o quintal e tentava escapar de casa pelas grades da frente. Para evitar essas fugas, meu pai colocou um pequeno portão na passagem lateral da casa. Dele, ela não conseguiria passar.


Hum, em tese. Alguns domingos depois, Cinira ficou entalada no portão lateral pela primeira vez. Foi uma trabalheira tirá-la de lá. Optamos por construir um canil e, momentos antes dos jogos, deixávamos a coitada trancada lá dentro. Era mais seguro para ela - e para nós, pois numa dessas tentativas de tirá-la do portão, meu pai levou uma mordida daquelas! Ela jamais se acostumou aos foguetes. Muitos anos mais tarde, meu futuro marido estava lá em casa comigo e Cinira ficou entalada novamente no portão. Não era dia de jogo - não havia motivo para prendê-la no canil. Ela já estava com mais de 12 anos e bem gordinha. Precisamos pegar um "macaco" (que usamos para trocar pneus) para abrir as grades e tirá-la dali. Brava como sempre, não teve dúvidas: desferiu mordidas nas mãos daquele que tentava ajudar. Por sorte, ela já estava banguela e as "gengivadas" não provocaram ferimentos. Até hoje damos muitas risadas lembrando disso.

3 comentários:

Patricia Daltro disse...

Esse lance de fogos é sério, não só com animais, embora, o sofrimento dos bichinhos seja doloroso - minha mãe tem dois poodles, um deles chega a ficar com diarréia diante de fogos! Na passagem do ano, colocamos algodão nos ouvidos e tentamos abafar a casa toda, mas mesmo assim, ele se treme todo! Raiva dessas pessoas que ficam estourando isso!
Mas, como eu ia dizendo, meu filho Daniel também sofre muito, desde novinho, fogos causam uma mal-estar terrível. Ele chora e chega a não querer sair de casa na eminência de fogos.

Isabella Verdolin disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Isabella Verdolin disse...

Eu acho tão bobo colocar fogo em dinheiro desse jeito... porque aqueles que são bonitos, quase não fazem barulho. Esses que assustam são os que só fazem barulho, não têm nenhum "artifício".
E olha, nunca achei jeito de acalmar meus cães. Jé tentei um tratamento homeopático, com "bolinhas" de mulungu. Nem assim deu certo... Ainda não tenho filhos, mas quando os tiver, espero que eles sejam menos assustados do que eu, hehehe.