segunda-feira, 31 de março de 2008

você cria mosquitos?

Passei uma semana assistindo na TV todo o drama da dengue no Rio de Janeiro. Muito triste ver tanta gente sofrendo por conta de uma doença. Aqui no DF, tivemos um drama recente com a febre amarela. Por acaso, li esta matéria aqui sobre leishmaniose, tão relacionada à saúde canina e à humana também. E me peguei no seguinte raciocínio: apesar de serem fatais para as pessoas, a dengue, a leishmaniose e a febre amarela são transmitidas por mosquitos. Só depois que o mosquito pica um hospedeiro (pessoa ou bicho) infectado ele pode infectar alguém. Ou seja, se nós, pessoas, pararmos de cultivar mosquitos, estaremos evitando essas doenças.
Não pretendo causar polêmica, escrever um tratado sobre o tema ou eximir as autoridades de suas responsabilidades com a saúde pública. Só peço a cada um que passar por aqui e ler este texto que chegue em sua casa e local de trabalho e faça sua parte para não criar mosquitos. Elimine os pratinhos dos vasos de planta. Se isso não for possível, coloque areia ou borra de café. Não deixe lixo espalhado, nem no seu quintal, nem na rua. Se vir lixo espalhado, recolha e coloque nas lixeiras, não espere pelo gari. Dê uma olhada nas tranqueiras que costumamos ajuntar, que mesmo sem acumular água, servem de esconderijo para os mosquitos (vasos vazios, recipientes sem uso, entulho, sobras de construção). Mais dicas aqui.
Pessoalmente, considero uma estupidez pessoas e animais morrerem por causa de doenças transmitidas por mosquitos em pleno ano de 2008. Cada um de nós tem que fazer o que estiver ao seu alcance para evitarmos essa tristeza em nossas casas, em nossa rua, em nossa cidade. Se todos estivéssemos fazendo isso, não haveriam tantos morrendo por tão pouco. Combater os mosquitos é cuidar da sua saúde, da saúde de quem você ama (filhos, pais, cachorros) e até de quem você nem conhece. Reflita e mãos à obra!

segunda-feira, 24 de março de 2008

cães na páscoa

Incrível a disposição dos cães nesse domingo, praticando o esporte favorito: dormida sincronizada. Eles agora mudam de posição juntos...




segunda-feira, 17 de março de 2008

trio vira-lata

Quando a Pepita sumiu, eu e minha irmã ganhamos dois cachorrinhos: um vira-latas dourado e um vira-latas preto e branco. O primeiro, era mestiço com cocker, e tinha uma pelagem belíssima. O segundo, era uma miniatura da Pupu. Os dois eram filhotes, machos, e absolutamente adoráveis! Ganharam casinha no quintal e duas meninas loucas por cachorro como donas. Passávamos todo o tempo disponível brincando com eles. O dourado foi batizado de Horácio, e o pretinho de Mug.

A dupla se dava bem, não era de brigas, gostava de carinho e de brincar. Como qualquer cachorro, faziam xixi nos cantinhos, e a área interna da casa era proibida para eles. "Lugar de cachorro é no quintal" passou a ser um mantra. Era difícil para nós, as crianças, nos acostumarmos com isso, afinal, a Pupu vivia dentro de casa... mas, as coisas mudam, e uma vantagem de ser criança é a infinita capacidade de adaptação.

Eu e minha irmã levávamos os cães para passear por ali, perto de casa, com uma certa frequência. Dava trabalho colocar as guias, mas eles adoravam os passeios, e aí a trabalheira era justificada. E passear com Horácio e Mug era lento: eles paravam em cada uma das árvores, que na BH do final da década de 80, eram muitas. Sem falar nos cachorros da vizinhança, que vira e mexe escapavam para a rua, aí era uma correria só! A gente voltava para casa em desabalada carreira!


A dupla já estava conosco havia uns três meses, quando uma Tia me levou para conhecer a cadelinha pequinês que ela já tinha encomendado para mim. Quando voltei para casa com a Cinira no colo, dormindo a sono solto, já estava de noitinha, e ninguém botou muito reparo nela. A fofura dormiu numa caixinha, dentro de casa, ainda isolada dos outros cães, até que as vacinas estivessem todas providenciadas.

No dia seguinte, meus pais me acordaram cedo para levarmos a Cinira ao veterinário, para os procedimentos de rotina: consulta, vacina, vermífugo. Foi quando meu pai falou: "Pequinês? Aonde? Só se for porque é um cachorro pequeno!" Ele tinha razão: Cinira foi o vira-lata mais vira-lata que já passou em nossa casa. Ela ia crescendo e ficando no "padrão": marrom e branca, pelinho baixo, durinho, porte médio, e um medo tremendo de água fria e foguetes.

A apresentação da Cinira aos demais cães da casa não demorou muito, talvez um mês. Ela passou a dormir lá fora com eles, e logo ocupou o melhor lugar na casinha, que tinha duas portas, deixando Horácio e Mug dividindo uma delas. Algumas rusgas começaram a acontecer, o que nos assutava, afinal nunca tínhamos visto uma briga de cachorros na vida! Numa dessas, fui acudir o Mug, que era menor, mas a briga ainda não tinha terminado de vez. Quando coloquei a mão nele, o Horácio se virou para continuar a confusão, e acabou acertando uma mordida na minha mão. Não sei quem se assutou mais, eu ou ele. O coitado ficou quase uma semana de rabinho baixo, visivelmente arrependido. E eu, fui tomar uma anti-rábica básica no pronto socorro, e ganhei de brinde uma anti-tetânica! Lembro de ficar uns 3 dias sem assentar... Nem esse incidente me fez ter medo de cachorro. Mal voltei para casa e já estava no quintal de novo, com eles. Depois de estabelecida a hierarquia - Cinira era a líder - a paz reinava quase sempre. E assim, tínhamos nossa própria matilha!

terça-feira, 11 de março de 2008

Pepita

Uma cadela pequinês*, pretinha de luvas brancas, dengosa e cuimenta. Pepita foi um presente do meu avô para minha mãe, quando ela se casou. Quando eu nasci, ela já tinha quase 2 anos. Praticamente todas as fotos que tenho de quando era um bebê mostram a Pepita também. Ficava por ali, assim, como quem não quer nada, aparecia num cantinho, debaixo do carrinho, atrás da poltrona, aos pés de minha mãe. Para nós, os íntimos, atendia por Pupu.


Pupu dormia dentro de casa. Na cama dos meus pais. Foi a primeira - e única - a ter tal privilégio. Desde que me lembro de alguma coisa da infância, Pepita estava junto. Brincando no quintal, se escondendo das brincadeiras estabanadas debaixo dos móveis. Latia muito pouco, corria comigo pela casa, adorava colo e afagos. Estava sempre cheirosa de sabonete, e seus pêlos pretos brilhavam de um jeito que não é muito comum ver por aí. Ela tinha suas rotinas, e liberdade total para circular pela casa. Nunca se incomodou com o alvoroço de crianças aos finais de semana e férias. As primas e vizinhos estavam sempre por lá, e ela parecia até gostar da confusão. Convivia bem com o cão Boxer que ficava no quintal, o Miró. Às vezes, preferia ir dormir na casinha dele.

Quando fizemos a primeira mudança de casa, Miró ficou com uma amiga da família, pois o novo lar não tinha quintal, apenas uma área de serviço coberta de ladrilhos, onde um cão de seu tamanho não conseguia sequer ficar de pé. Pepita seguiu conosco. Era uma casa térrea, e a garagem coberta era um ótimo local para brincar. Chão liso, fresquinho, com vista para a rua. Um dia a carrocinha passou por ali, eu sentada com Pepita no colo. Um homem desceu com aquele laço pavoroso, e chamou por ela na grade, "tchu, tchu, tchu". Ela foi, latindo e avançando, defendendo seu território. O maldito a pegou e colocou na carrocinha. Apavorada, eu corri ao telefone e liguei para meu pai, em prantos. Ele saiu do trabalho e foi até o canil onde os animais eram recolhidos. Chegou mais de 2 horas antes da carrocinha chegar. Voltou para casa com ela nos braços, e a paz foi restabelecida. Começava ali meu ódio pela carrocinha.

Pouco tempo depois mudamos de casa outra vez. A casa nova tinha um quintal enorme, ao menos para mim, que tinha 6 anos. Pepita passou a dormir lá fora, pois as crises de rinite de meu pai não deixavam mais nem a cadela dormir. Ela ganhou uma casinha, choramingou uns 3 dias, mas acabou se acostumando. Principalmente porque descobriu a poltrona macia na varanda... Pepita era uma cadela especial, de várias maneiras. Ela tinha epilepsia, tomava um remédio diariamente e às vezes, tínhamos que acudir em alguma crise. O procedimento era deitá-la e colocar as mãos sobre sua barriguinha, afagando devagar. Enquanto isso, mamãe lhe colocava um lenço com vinagre no focinho, e logo ela se recuperava.


Nessa nova vizinhança, Pepita se acostumou a passar por entre as grades do portão e deitar-se no passeio na porta de casa, para pegar o sol da tarde. Andava às vezes até a esquina, mas nem atravessava a rua, pois já tinha seus 9 anos, e se cansava facilmente. Alguns pêlos brancos começavam a chamar a atenção em sua pelagem preta. Já estava velhinha. Novo quintal, novo cão. Meu pai trouxe um belo filhote de pastor alemão capa preta, dócil e brincalhão. Lipe reinava no quintal, e Pepita fugia de suas bricadeiras. Ele crescia rápido, e tinha muita energia. Ela não tinha mais a mesma disposição, e por vezes, se impacientava e lhe dava umas mordidas. Ele nem se importava e continuava brincando. Estabeleceu-se uma "divisão de território" imposta por meus pais: Lipe ficava com o quintal e Pepita com a varanda e sua poltrona.


A vida seguia seu curso: eu entrei na escola primária do bairro, minha irmã no jardim de infância. Os primos e vizinhos continuavam frequentando assiduamente nossa casa, que tinha mais espaço para as brincadeiras. Um dia acordamos e... cadê Pepita? Procura daqui, dali, nos cantinhos onde ela ficava, e nada. Fomos para a rua e nada, nem sinal dela. Chamamos os amigos e vizinhos, ninguém a viu. Percorremos o bairro até a noite e nenhuma notícia. Das semanas seguintes, tenho lembranças em slow motion. Cartazes em todas as padarias, vendas, bares e salões de beleza do bairro. Anúncios (pagos) nos classificados do jornal. Telefonemas que se revelavam trotes. Minha mãe sem conseguir comer, mal conseguia falar. Só chorava. E assim foi um mês, depois outro e outro... Terminei o primeiro ano primário e mudei de escola. O Lipe foi doado à um conhecido do meu pai. Quando os últimos cartazes e anúncios foram retirados das redondezas, apareceu um garoto na porta de casa com um pequeno filhote, preto de luvas brancas, bem peludinho. Era macho. E foi meu primeiro cachorrinho. Na mesma semana, meu avô deu um outro filhote macho e peludo para minha irmã. E um tempo depois, próximo ao meu aniversário, uma tia me deu um filhote de pequinês, que eu só poderia buscar em 2 meses.


Ocupadas as crianças em cuidar de seus novos filhotes, minha mãe ainda chorou por muito tempo o sumiço da Pepita. Mas nos ensinava a cuidar dos novos cãezinhos, dois vira-latas fofos, e o quintal de casa voltou a ser território de correria e latidos. O outro filhote de pequinês que ganhei da tia? Ah, ainda vai aparecer muito por aqui...

*Nas décadas de 70 e 80, os cães pequineses eram uma "moda", ao menos em Belo Horizonte. Muita gente criava os cãezinhos pequenos e peludos, com fama de barulhentos e mal-humorados. Eram comuns os cruzamentos consanguíneos e o resultado era que muitos filhotes apresentavam doenças congênitas. A raça acabou sendo esquecida, e era raro encontrar alguém que tivesse um cachorrinho desses nos últimos anos da década de 80. Atualmente, parece haver um certo interesse dos criadores, mas nada que se compare ao modismo do Shi-tzu ou Lhasa-Apso, por exemplo.

quarta-feira, 5 de março de 2008

vigiando a faxina

Dia de faxina lá em casa é tudo de bom, eu saio para o trabalho e, quando chego, está tudo cheiroso, limpinho e no lugar! Num dia abençoado desses, precisei ficar em casa uns 30 minutinhos extras antes de sair, pois meu quarto estava "daquele" jeito. Abri todas as janelas, arrumei as coisas e, quando já estava de bolsa na mão, dando as últimas instruções para a fadinha da arrumação, olhei pela janela e me deparei com a cena: Shiva e Guido monitoravam a faxina!!! Cada um a seu modo, de dentro do canil. Não resisti e busquei a câmera. Não seria possível descrever a posição confortável que a Shiva arrumou para espiar o que acontecia lá dentro...

segunda-feira, 3 de março de 2008

olha o passarinho!!!


Shiva adora uma foto. Não pode ver a gente com a câmera na mão e já faz logo uma pose. Outro dia fui fotografar um papagaio que apareceu na árvore de casa, e ela já se preparou toda para a fotografia. Quando percebeu que não era o alvo, ficou injuriada. Resolveu boicotar a foto. Assentou perto do meus pés e largou o peso. Foi me empurrando, se mexendo, até que as 6 fotografias que tirei ficaram completamente tremidas e fora de foco. O papagaio percebeu a movimetação e foi-se embora. Achando muita graça, resolvi fotografá-la. Shivinha ciumenta e linda! Olha o cachorrinho!!!