segunda-feira, 7 de abril de 2008

o brinquedo

Num dia como outro qualquer, cheguei do trabalho e fui ficar com os cães no quintal. Mais tarde, como de costume, deixei-os sozinhos, e fui fazer algumas tarefas domésticas. Quando voltei, havia um brinquedo diferente passeando na boca da Shiva. Parecia um halter de ginástica, amarelo, de borracha. Fazia até um barulhinho de assovio quando ela mordia. Nunca um brinquedo fez tanto sucesso!!! Ela estava encantada por ele, nem o petisco que eu e o marido oferecemos a deixou motivada a soltá-lo. Jantou com uma das patas sobre o brinquedo. Como todos os nossos vizinhos também têm cães, imaginamos que por algum excesso de força na hora de brincar, o tal objeto tivesse caído aqui. Mas não sabíamos de qual casa ele poderia ter vindo, e além do mais, estava tarde. Decidimos nos ocupar disso só no dia seguinte. Quando fomos colocar os cães no canil, Shiva levou o brinquedo com ela. Isso não é comum, normalmente ela abandona os objetos antes de entrar. Dormiu com a cabeça sobre ele.
Três dias depois ela permanecia no encantamento. Era um sábado, fui para o quintal curtir as plantinhas e os cães. Shiva continuava apertando o brinquedo, "fiiiii, fiii, fiii", um barulhinho deveras irritante. Logo as crianças vizinhas foram para seu quintal, e, através da cerca, perguntei se elas haviam deixado o brinquedo com a Shiva. Elas reconheceram o objeto, mas contaram que não o entregaram à ela, aliás, completaram que estavam sentindo a falta dele há alguns dias. Notaram seu sumiço porque o cachorro delas adorava o bendito. Eu disse o que sabia: o brinquedo tinha aparecido do nada há três noites na boca da Shiva, e eu imaginei que ele poderia ter passado por sobre a cerca durante alguma brincadeira. Enfim, restava a mim conseguir devolver o objeto ao seu legítimo dono. Após 10 minutos protagonizando uma cena ridícula - eu corria, a Shiva me driblava, e o brinquedo continuava em seu bocão amarelo, coberto de baba - exausta, desisti. Avisei às meninas - que estavam se divertindo muito com a cena, diga-se de passagem - que tão logo ela largasse aquela tranqueira, eu jogaria para o lado de lá.
Só dois dias depois consegui fazer a reintegração de posse. Claro que comprei para a Shiva um brinquedo o mais parecido possível com o que ela adorou, e claro que esse não fazia o barulhinho irritante. Ela já estava feliz e encantada novamente com a sua própria borracha babada. A dúvida sobre como o brinquedo alheio foi parar lá em casa continua, mas a julgar pelo que andamos observando, sem que a Shiva notasse, parece que ele foi subtraído de maneira furtiva por debaixo da cerca... espero que ela não me apronte outra dessas, senão vou morrer de vergonha!

Um comentário:

Anônimo disse...

Verdade. Ela pega as coisas dos outros por um buraco "dicretamente cavado" na cerca. Mas o melhor é quando os vizinhos jogam a bola para o lado de cá; é uma fome de bola... parece até o Obina, hehehe