segunda-feira, 26 de abril de 2010

Mafalda

Nosso terceiro cocker preto - e quarto cão no quintal - chegou por acaso. Meu padrinho estava com um amigo que precisava doar a cadelinha. A figura tinha dado de presente para a mãe idosa uma filhote de cocker, cheia de energia e muito atentada (como qualquer filhote, aliás). O resultado era que a senhorinha não estava dando conta de tanto agito e a cadela precisava de um novo lar. Assim, minha irmã e minha mãe logo quiseram levar a dita cuja para casa. Lá fui eu, recém habilitada, com a minha irmã buscar Mafalda.


A primeira descoberta foi de que ela não era tão filhote assim. Pergunta daqui e dali, descobrimos que passou por umas sete casas antes de ir parar na nossa. Ou seja, deu um trabalhinho para ela aprender seu novo (e oitavo) nome. Mafalda era deveras agitada e roía tudo que via pela frente, bem diferente de Lucrécia e Gerard, os outros dois cockers calmos e tranquilos a que estávamos acostumados. Só anos mais tarde descobrimos que nossa plácida dupla é que estava "fora dos padrões" da raça, que é agitada por natureza. E Mafalda era teimosa, com um gênio dominante, deu um certo trabalho ensinar a regras da casa para a recém chegada.

Carinhosa e chegada em mimos, logo conquistou espaço. Nos primeiros tempos, dormia dentro de casa. Uma das cenas mais engraçadas que presenciei foi numa madrugada, quando levantei para beber água e acendi a luz da sala de jantar, Mafalda estava sobre a mesa, beliscando um paõzinho esquecido por ali. Desde então, as cadeiras da mesa de jantar precisavam ficar beeeem escostadas, porque se desse espaço, ela subia na mesa, na esperança de fazer um lanchinho extra. De outra vez, chegando em casa a pé, ouvi um choro de cachorro desde o ponto de ônibus e pensei: "quem está torturando essa pobre criatura?" Ao abrir o portão de casa, me dei conta de que a gritaria vinha dali de dentro mesmo. Abri a porta da sala e pedaços de almofada estavam espalhados por todo canto. Mafalda pulava de alegria, me arranhando toda. Ela nunca gostou de ficar sozinha.

Passado alguns meses - e algumas coisas destruídas - conseguimos adaptá-la aos outros cães da casa. Ela se mudou para o quintal e começaram pequenas rusgas com a chefe da matilha. Mafalda e Cinira se estranharam algumas vezes, mas Gerard se encarregava de colocar ordem na bagunça.

Um comentário:

Andrea Sassaki disse...

Que carinha mais linda!!!
Ótima semana.....
Bêju!